10 de setembro de 2014

[Escritor, quem?] Lya Luft

Oi!
Em homenagem às mentes brilhantes que encantam nossa imaginação, nós vamos fazer um especial: Escritor, Quem? Que vai falar de um escritor específico por semana.
E para começar, vamos falar sobre Lya Luft.

Biografia:
Lya Fett Luft nasceu em Santa Cruz do Sul, uma cidade de colonização alemã, como filha do advogado e juiz Arthur Germano Fett. A sua família tinha muito orgulho de suas raízes germânicas e, por isso, considerava-se superior aos "brasileiros", embora seus integrantes tivessem chegado ao Brasil em 1825. Durante sua juventude, Lya foi uma tida como uma menina desobediente e contestadora: não gostava de aprender a cozinhar nem a bordar e chegou a ser mandada para um internato durante dois meses. Porém, desde cedo foi uma ávida leitora — aos onze anos, já recitava poemas de Göethe e Schiller — e tinha um relacionamento mais natural com o pai, um homem culto a quem idolatrava, do que com a mãe. Aos dezenove anos, ela se converteu ao catolicismo, espantando aos pais, ambos luteranos. .
A partir de 1959, Lya Luft passou a residir em Porto Alegre, onde se diplomou em Pedagogia e em Letras Anglo-Germânicas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Passou a trabalhar então como tradutora de literaturas em alemão e inglês — já traduziu para o português mais de cem livros, dentre os quais se destacam traduções de Virginia Woolf, Rainer Maria Rilke, Hermann Hesse, Doris Lessing, Günter Grass, Botho Strauss e Thomas Mann.
Em 1963, aos vinte e cinco anos, Lya se casou com Celso Pedro Luft, então um irmão marista, dezenove anos mais velho do que ela. Eles se conheceram durante uma prova de vestibular, para a qual ela chegara atrasada. Ela e seu marido tiveram três filhos: Susana (1965), André (1966) e Eduardo (1969).
De 1970 a 1982, ela trabalhou como professora titular de Linguística na Faculdade Porto-Alegrense (FAPA) e obteve o grau de mestra em Linguística (1975, pela PUCRS) e em Literatura Brasileira (1978, pela UFRGS).
Em 1985, Lya Luft anulou seu casamento com Celso para viver com o psicanalista e também escritor Hélio Pellegrino, no Rio de Janeiro. Eles foram apresentados um ao outros por Nélida Piñon. Em 1992, quatro anos após a morte de Pellegrino, Lya voltou a viver como esposa de Celso Luft, de quem ficou viúva em 1995.

"Não existe isso de homem escrever com vigor e mulher escrever com fragilidade. Pu** que pariu, não é assim. Isso não existe. É um erro pensar assim. Eu sou uma mulher. Faço tudo de mulher, como mulher. Mas não  sou uma mulher que necessita de ajuda de um homem. Não necessito de proteção de homem nenhum. Essas mulheres frageizinhas, que fazem esse gênero, querem mesmo é explorar seus maridos. Isso entra também na questão literária. Não existe isso de homens com escrita vigorosa, enquanto as mulheres se perdem na doçura. Eu fico p*** da vida com isso. Eu quero escrever com o vigor de uma mulher. Não me interessa escrever como homem."

Em 2001, Luft recebeu o prêmio União Latina de melhor tradução técnica e científica, pela obra Lete: Arte e crítica do esquecimento, de Harald Weinrich.
No total, já escreveu e publicou 23 livros, entre romances, coletâneas de poemas, crônicas, ensaios e livros infantis.
Os livros de Lya Luft continuam sendo traduzidos para diversos idiomas, como alemão, inglês e italiano.

Carreira Literária:

Canções de Limiar - 1964;

Flauta Doce - 1972;
Matéria do Cotidiano - 1978;
As Parceiras - 1980;
A Asa Esquerda do Anjo - 1981;
Reunião de Família - 1982;
O Quarto Fechado - 1984;
Mulher no Palco - 1984;
Exílio - 1987;
O Lado Fatal -1989;
A Sentinela - 1994;
O Rio do Meio - 1996;
Secreta Mirada - 1997;
O Ponto Cego - 1999;
Histórias do Tempo - 2000;
Mar de Dentro - 2000;
Perdas e Ganhos - 2003;
Histórias de Bruxa Boa - 2004;
Pensar é Transgredir - 2004;
Para não Dizer Adeus - 2005;
Em outras Palavras - 2006;
A Volta da Bruxa Boa - 2007;
O Silêncio dos Amantes - 2008;
Criança Pensa - 2009;
Múltipla Escolha - 2010;
A Riqueza do Mundo - 2011;
O Tigre Na Sombra - 2012;


"Essas coisas que obrigam as pessoas a ser atletas. Hoje é quase uma imposição: a ordem é fazer sexo sem parar, o tempo todo. A ordem é não fumar, não beber. É essa loucura o dia inteiro na cabeça. Quem não for resistente acaba enlouquecendo. E a vida fica para trás. Hoje as pessoas estão sofrendo muito. Um sofrimento absolutamente desnecessário. Especialmente as mulheres que fazem plástica logo que vêem uma ruga no rosto. Plásticas de inteira inutilidade".


Mais de Lya:

Quem é Lya Luft?  Uma mulher gaúcha, brasileira, que faz cada vez mais, aos sessenta e um anos, o que desde os três ou quatro desejava fazer: jogar com as palavras e com personagens, criar, inventar, cismar, tramar, sondar o insondável. 

"Tento entender a vida, o mundo e o mistério e para isso escrevo. Não conseguirei jamais entender, mas tentar me dá uma enorme alegria. Além disso, sou uma mulher simples, em busca cada vez mais de mais simplicidade. Amo a vida, os amigos, os filhos, a arte, minha casa, o amanhecer. Sou uma amadora da vida. O que você nunca vai esquecer? Escutar o vento e a chuva nas árvores do imenso jardim que cercava a casa de meu pai, na minha infância". Puro maravilhamento. 

O que lhe causa repugnância? Preconceito, hipocrisia. 

Vale a pena escrever? "Não escrevo porque 'valha a pena', mas porque me faz feliz, simplesmente"

O que falta à literatura brasileira?  "Nada, não falta nada. Ela é o que é, simplesmente, cheia de graça, desgraça, florescente, múltipla, lutando com a crise econômica que atinge também as editoras, mas, como não se escreve para ficar rico, tudo bem"

E Deus?  "Deus eu imagino como força de vida: luminosa, positiva, imperscrutável"

E o Brasil? Brasil cujo jeito é parecer não ter jeito. "Não quero jamais ter de morar longe dele. Aqui tudo é possível. E tanto está ainda por fazer"

O que fazer para reverter esse quadro de miséria? "Que os responsáveis por isso criem vergonha na cara". 

Quem não merece respeito algum de ninguém? "Todos merecem algum respeito, no mínimo compaixão". 

Você costuma rezar? "Não tenho nenhuma religião instituída, mas tenho uma profunda visão 'religiosa', sagrada, da natureza, das pessoas, do outro". 

Qual é seu momento ideal para escrever? "O momento em que meu livro quer ser escrito. Mas normalmente produzo mais de manhã bem cedo. Gosto de ver o dia nascer, aqui na minha mesa de trabalho e do meu computador". Se confessa uma mulher tímida, embora não pareça.




Fontes: Wikipédia
            Releituras

Então é isso! Gostaram? Semana que vem tem mais!!

Qual será o próximo escritor?

Comente!

Beijos, e até mais!

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